Meu Pior Impulso

Estou tentando não pirar com a rapidez de tudo, da nossa relação. Posso chamar assim? Relação? Soa meio estranho porque há apenas duas semanas nos tínhamos como desconhecidos e, de repente, sou sua.

A princípio era o que eu queria, ser sua. Queria conhecer seu jeito, seus gostos, apesar de já prever que cada pedacinho me agradaria. Não deixei para depois nem para o acaso nos unir, parti pro ataque e controlei a situação.

Bem, até então eu achei que estivesse no controle. Minhas atitudes fizeram você ficar na defensiva inicialmente, mas logo frestas foram surgindo nessa sua grande armadura, e isso me trouxe uma boa sensação de vitória. Primeiro passo: concluído com sucesso.

O problema é que aquela brincadeira proposta como aproximação tinha como peça chave o meu anonimato, mas logo você descobriu essa omissão. Foi um alívio não ter mais que me esconder, só não percebi que era a vez das minhas frestas se abrirem.

Uma hora você estava perguntando quem eu era, quarenta e oito horas depois eu estava nos seus braços dando uns beijos de deixar os lábios inchados. Tentei me segurar, juro que tentei, mas seu sorriso me deixa boba e suas palavras me enlouquecem.

Nem a regra dos cinco encontros rolou, mas tudo bem, porque a vida com regras é bem sem graça. O que me enfurece, me repudia e me enoja é que já cometi esse erro outras vezes e insisto em repeti-lo, insisto em jogar tudo nas mãos do impulso.

Essa é uma história da qual eu conheço o meio e o fim, de cor e salteado. Não me agrada nem um pouco, mas a culpa não é sua, relaxa. Para uma boa argumentadora, estou pecando na contradição dos meus ideais.

Autor: Érika Pacheco

Blog: Papo Vai, Papo Vem.